O bom de envelhecer

Comportamento
10.jul.2021

As gerações que entraram na idade adulta nos anos 1970 e 1980 continuam a se desenvolver até hoje, não pararam no tempo. São gerações que seguiram a trilha aberta pelo pessoal dos anos 60 e que continuaram e evoluíram na recusa a simplesmente seguir as regras. Eu estava lá e sou testemunha de como revolucionamos as categorias de empregos e de carreiras até então exclusivas para os homens. Além disso, assumimos o controle de nossa vida econômica, fizemo-nos ouvir na política, nos negócios e em casa. Isso tudo apesar de um monte de palpites de « especialistas » que nos queriam apenas gratas pelo que já tínhamos.

A maior parte do que nós, mulheres, estamos fazendo, pensando e explorando é nova na história da experiência feminina. Fomos a primeira geração a chegar à menopausa com uma expectativa de vida de mais de um quarto de século e com conhecimento para poder imaginar fazer algo novo e criativo com este tempo. Com muita luta, concluímos que poderíamos mudar as regras e é o que temos feito. Hoje temos o apoio de instituições e associações que formamos ao longo do caminho.

Por isso é que, quando ouço que “os cinquenta são os novos trinta, os sessenta os novos quarenta”, etc., digo: Não! Os cinquenta são os novos cinquenta, os sessenta os novos sessenta, os setenta os novos setenta e assim por diante. Não gostaríamos de ser mais jovens, como parte da sociedade supõe. O desafio desta fase de vida não é superar o envelhecimento, mas passar a se conhecer nesse novo contexto.

Madeleine L’Engle, escritora americana já falecida, disse que “o bom de envelhecer é que você não perde todas as outras idades que teve”. Sábio e lindo, não é?

Artigos relacionados

21 nov

O lado dos homens na reprodução assistida

A maioria de nós já esteve perto ou ouviu histórias de alguém que se submeteu a um processo de reprodução assistida: conhecemos a perspectiva da mulher, que é, afinal, quem se submete aos diversos procedimentos. Sabemos que para ela é um período difícil e doloroso e nos acostumamos a perceber o homem, neste caso, como […]

  • 1111
Comportamento
16 out

Um desvio da admiração

Que relação poderia existir entre a admiração e a inveja? Alguém já assistiu ou vivenciou casos de relacionamentos que começaram com uma admiração profunda de uma das partes pela outra e terminou em inexplicável aversão? De minha parte, já vi este enredo se repetir inúmeras vezes. Uma boa forma de começarmos a entender o “fenômeno,” […]

  • 1480
Comportamento
19 abr

Saudades do meu médico

Todo mundo já reparou que os tempos estão mudando, e o formato das relações também, não é? Então, já seria de se esperar que as relações entre médicos e seus pacientes não permanecessem as mesmas, em meio às transformações sempre em andamento, certo? É isso mesmo, mas lembrar de meus antigos modelos médicos me dá […]

  • 2103
Comportamento