Muitas pessoas passam a vida sem conseguir aprender a pedir desculpas, quando magoam alguém. Esquivam-se, justificam-se e criam enormes discussões que frequentemente se desviam do foco e vão parar no passado. Acabam trazendo mais e antigas mágoas, às vezes de parte a parte.
Tais “manobras” são feitas em geral de forma inconsciente e por um motivo muito simples: muita gente acredita que, ao se desculpar, está se humilhando.
Como se dá tal confusão? Será mesmo tão difícil assim distinguir uma coisa da outra? O pedido de desculpas é algo essencial para manter uma relação saudável. Em algum momento, todos vamos errar. O mais comum, entretanto, é nos justificarmos e não nos desculparmos. A diferença é que, quando nos desculpamos, admitimos o erro e deixamos de ficar na defensiva.
Por que é tão difícil adotar uma atitude humilde, em situações assim? É que, na crença de muitos de nós, um simples pedido de desculpas dará ao outro o poder na relação. Pessoas autoritárias, por exemplo, simplesmente não conseguem se desculpar. Nunca. É bom lembrar que pedir desculpas da boca para fora, só para se ver livre da situação, não vale.
Por outro lado, há que se notar a quem pedimos desculpas, pois existem pessoas que não sabem acolher um pedido desta ordem. São justamente aquelas que se colocam mais facilmente no papel de vítimas, as que buscam uma espécie de “benefício secundário” nessa ocasião. Com as desculpas na mão, se fortalecem como vitimas, tentando manipular pela culpa o bem-intencionado que se desculpou. Complicado, não?
Para valer, um pedido de desculpas tem que ser sentido e sincero. Se não for assim, a outra pessoa vai perceber e o conflito não estará encerrado. Mas, quando alguém numa situação desse tipo é verdadeiro, é porque expermentou de fato uma empatia com os sentimentos da outra pessoa. Assim, não terá dificuldade em manifestar sua real intenção de se esforçar para não repetir o erro. E, se o pedido é genuíno e vem “de dentro”, é um grande caminho andado. Quem recebe um pedido de desculpas sincero sabe valorizar.
A boa notícia é que nas pequenas desavenças da convivência, se a relação é razoavelmente saudável e não há disputa pelo poder, a simples atitude humilde e sincera dissipa grande parte da mágoa. Muitas vezes, nem é preciso explicar: basta admitir o erro e prometer honestamente se esforçar para não repeti-lo.
O mais difícil parece ser mesmo perceber grandeza na humildade.