Um assobio na rua, no inicio de tarde, em meio a tantos e diferentes sons que chegam pela janela. Carros, ônibus, aviões, vozes, buzinas, pássaros… e um assobio rapidamente me remete ao passado super distante. Minha infância. Era ele? Estava lá, do lado de fora, me chamando em minha casa em BH? Era ele, pedindo pra lhe jogar a chave, tinha saído sem. Eu tinha que correr ao ouvir o assobio e jogar a chave para ele subir. Mas volto à realidade rapidamente. Não, não era ele. Não é minha infância. Cresci, mudei de cidade, escrevo e não escuto todo esse barulho ao fundo. Sou adaptada à vida urbana. Só ouço o assobio.
A partir daí, sinto a ausência repentina de meu irmão. E choro.