Você já reparou como se ensina as crianças a se desculparem? “Vai lá e pede desculpas” e o pequeno transgressor grita, grunhe ou cospe aquela palavrinha mágica e sai, absolvido. Em geral sem o menor arrependimento, pronto pra próxima, quando agirá exatamente da mesma forma.
“Ai, que chata você, vai dizer que tem outra maneira de educar e que eu estou errada?”, dirá a primeira mãe a ler o texto, quase me chamando pra briga. Vou, serei obrigada a responder, existe uma forma. Só que dá mais trabalho fazer direito ou bem feito, como tudo nessa vida.
A diferença é até simples: que tal, antes de mandar a pequena e apressada criatura ir dizer “desculpa” da boca pra fora, pegá-la pela mão e ter uma conversa esclarecedora? Dizer ao filho como o ato praticado contra o outro causa neste sentimentos nefastos de humilhação, dor, vergonha, rejeição… Não é só dizer que fulaninho vai ficar triste, é explicar mesmo, da melhor maneira que puder, o que a outra criança (ou adulto) está sentindo.
É assim que se ensina uma criança a pedir desculpas de forma consciente, assim que se ensina alguém a se sentir responsável pelos seus atos : percebendo que, para tudo que fazemos, existem consequências. Além de eficaz na questão das desculpas, ensina ao mesmo tempo o que é empatia, o que é respeito pelo outro, o que é cuidar das relações com os outros. Algo bem oportuno nos bárbaros tempos atuais, não?