Quem não gostaria de receber convites de seus filhos adultos por eles terem certeza de que juntos terão bons momentos, e porque sabem que é sempre agradável para eles e suas famílias estarem com você? Em vez disso, muitos filhos adultos acabam convidando seus pais apenas por “obrigação”, atendendo a demandas emocionais deles ou esperando estar assim cumprindo seus “deveres de filhos.”
Por que será que isto acontece? Será a evolução natural das coisas e pronto? Não devemos ter expectativas de conviver com nossos filhos adultos, pois “criamos os filhos para o mundo, e não para nós”?… Nossa resposta seria, digamos que sim, mas sem radicalismos…
Conviver com filhos crescidos pode ser muito bom, e é possível. Há famílias que conseguem evoluir e crescer junto com seus filhos, começando por assimilar aos poucos as novidades trazidas por eles. E o fazem por entender que isso os ajuda a “acertar o passo” com a sociedade em mudança constante que hoje temos ao nosso redor. Nesse caso, é preciso desenvolver algumas habilidades ao longo dos anos: ouvir cuidadosamente as crianças, entender seu pensamento e linguagem próprios, enquanto valores básicos até então transmitidos são reafirmados. E, além disso e sobretudo, aprender a pensar junto com eles, em vez de tentar impor-lhes uma única forma de pensar.
Crescendo próximos aos pais, os filhos absorvem diferentes lições de vida. Na sequência da vida, outras interações e influências externas à família virão, e lhes permitirão melhorar, adotar, adaptar ou descartar parte de seu aprendizado básico familiar.
Até que surge um momento em que são os pais que começam a aprender e a crescer com os filhos. Pais e mães que estão “em dia” com os acontecimentos mundiais se atualizam quanto à cultura e às mudanças na sociedade. Tornam-se naturalmente mais aptos a lidar com o mundo em que seus filhos adultos transitam, porque é o mundo deles também. Em contraste, os que se mantém isolados do resto do mundo, “esperando o tempo passar,” vão encontrar cada vez mais dificuldades em conviver com seus filhos adultos.
Este é o primeiro texto da série “Filhos Adultos”. Leia sua continuação em “Filhos Adultos: Convivendo com as diferenças” e “Filhos adultos: Conviver sim, invadir, não!“