As gerações que entraram na idade adulta nos anos 1970 e 1980 continuam a se desenvolver até hoje, não pararam no tempo. São gerações que seguiram a trilha aberta pelo pessoal dos anos 60 e que continuaram e evoluíram na recusa a simplesmente seguir as regras. Eu estava lá e sou testemunha de como revolucionamos as categorias de empregos e de carreiras até então exclusivas para os homens. Além disso, assumimos o controle de nossa vida econômica, fizemo-nos ouvir na política, nos negócios e em casa. Isso tudo apesar de um monte de palpites de « especialistas » que nos queriam apenas gratas pelo que já tínhamos.
A maior parte do que nós, mulheres, estamos fazendo, pensando e explorando é nova na história da experiência feminina. Fomos a primeira geração a chegar à menopausa com uma expectativa de vida de mais de um quarto de século e com conhecimento para poder imaginar fazer algo novo e criativo com este tempo. Com muita luta, concluímos que poderíamos mudar as regras e é o que temos feito. Hoje temos o apoio de instituições e associações que formamos ao longo do caminho.
Por isso é que, quando ouço que “os cinquenta são os novos trinta, os sessenta os novos quarenta”, etc., digo: Não! Os cinquenta são os novos cinquenta, os sessenta os novos sessenta, os setenta os novos setenta e assim por diante. Não gostaríamos de ser mais jovens, como parte da sociedade supõe. O desafio desta fase de vida não é superar o envelhecimento, mas passar a se conhecer nesse novo contexto.
Madeleine L’Engle, escritora americana já falecida, disse que “o bom de envelhecer é que você não perde todas as outras idades que teve”. Sábio e lindo, não é?