Falando ainda em tradições de Natal, descobri este ano que em países como a Suiça, a Alemanha e a França, o porco-espinho está presente em muitos enfeites de Natal. O bichinho é muito querido por lá, sendo que há uma variante (hedgehog) que não tem a capacidade de lançar seus espinhos contra o inimigo, encolhendo-se como faz um tatu-bola quando ameaçado. Essa espécie é adotada por algumas pessoas como mascote doméstico e agrada muito às crianças.
Amigos europeus me contaram ainda a seguinte fábula, que reforça o carisma dos bichinhos junto à população: “Dizem que, durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio. Para se agasalhar e se proteger mutuamente, os porcos-espinhos resolveram se juntar em grupos. Só que os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que forneciam calor. Com isso, tornaram a se afastar uns dos outros e muitos morreram congelados. A situação chegou a um ponto em que tiveram de
fazer uma escolha: ou aceitavam os espinhos do semelhante ou desapareceriam da face da Terra. Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos. Tiveram de aprender a conviver com as pequenas feridas que uma relação muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor do outro. E assim, sobreviveram.
Moral da história: O melhor relacionamento não é o que une pessoas perfeitas, mas aquele onde cada um aprende a conviver com os defeitos do outro, e ainda consegue apreciar-lhe as qualidades.”
Achei a fábula uma graça e me indago se o bichinho conseguiu estar tão presente no Natal pelo que simboliza em matéria de tolerância com as diferenças entre as pessoas. Não tenho a resposta, mas é ou não é uma bonita mensagem de fraternidade?